sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Rute

Marco: Mas eu não acho que a teoria da evolução seja realmente comprovada, é só uma teoria, afinal.

Rute: Acho que você está pensando em hipótese, que não tem provas e só vira teoria científica se for testada. A teoria da evolução parece ser a melhor teoria cientifica que tem, então eu aceito. Acham que um velho do nada inventou que o homem veio do macaco, mas é mais que isso.

Marco:  Eu sei daquilo de nós e macacos só termos os mesmos ancestrais, dei uma olhada boa nessa ideia. Mas ela vai contra a Bíblia, então só pode estar errada.

Rute: De que forma ela vai contra a Palavra? Ciência não é o tema dos livros.

Marco: Ela estabelece que a morte ocorria entre os animais muito antes dos homens comerem do fruto. Como diz o apóstolo: "Da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio aos homens por todos pecarem".

Rute: Não consigo lembrar de nada em Genesis que indique que os animais não morriam antes da Queda. Na verdade, não lembro de nenhuma indicação de que a natureza deles mudou.

Marco: Ora, mas se a morte entrou no mundo com o pecado, como ela pode ter existido antes da Queda? 

Rute: Simples: lembra que Adão e Eva são avisados que morreriam "no mesmo dia" que comessem do fruto? 

Marco: Sim, lembro.

Rute: Eles obviamente não morreram no mesmo dia que comeram, então ou Deus mentiu ou era um outro tipo de morte, uma morte espiritual. Não foi no dia da Queda que o homem se separou do Senhor?

Marco: Sim, foi nesse dia. Mas também foi quando Adão e Eva deixaram de ser imortais.

Rute: Mas eles deixarem de ser imortais não é o bastante, já que eles teriam que morrer nesse dia. O único jeito dessa dificuldade sair é se o tipo de morte for a espiritual. As mortes entre os animais não envolvem pecado, então não teve motivo pra se mencionar isso nos textos.

Marco: Mesmo assim, Os dois passaram a poder morrer nesse dia, então eles não poderiam ter uma natureza mortal antes da Queda.

Rute: Ai você está lendo o texto de forma muito literal. Mesmo homens sem conhecimento da ciência moderna como Agostinho de Hipona sabiam que não é necessário interpretar o texto como dizendo que a imortalidade deles era natural.

Marco: Você prefere seguir a opnião de um católico do que seguir o que está escrito na Palavra?

Rute: Não. Só estou dizendo que não se precisa ler o texto dessa forma. Afinal, Jesus não tinha qualquer pecado e mesmo assim podia morrer, então a mortalidade não pode ser efeito da Queda.

Marco: Isso ê um ponto meio difícil mesmo. Mas ainda não vejo forma de evitar o texto de Genesis. Moises foi claro nesse caso. 

Rute: Acho que Moises não estava escrevendo como um historiador moderno, isso nem existia no tempo dele.

Marco: E que linguagem ele estava usando?

Rute: A de mito. Já acharam paralelos entre o que está nos primeiros capítulos de Genesis e os mitos babilônicos. Moises deve ter usado eles para ensinar aos judeus várias lições enquanto deixava claro que essa parte do livro não é literal, embora com base na realidade. 

Marco: Então ele escreveu mentiras? Jesus e os apóstolos citavam os acontecimentos de Genesis inúmeras vezes os tratando como reais.

Rute: Você está vendo  isso com uma visão muito moderna. Duvido muito que eles viam isso como história literal, já que esse género nem existia na época de Moises. Basta ver que esse literalismo não era tão presente antes da Modernidade. 

Marco: Então não seria mentira, é isso que você defende?

Rute: Isso! A mentira precisa da intenção de enganar. No caso, o mito não tenta ser histórico, por isso o Moises não ligou de usar mitos pagãos.

Marco: Acho que estou entendendo você. Sei que os mitos e o discurso racional eram vistos como verdade de seu próprio modo. Um entendia a realidade perfeitamente e o outro a adaptava para criar histórias com significados que ajudavam quem ouvia a entender a si mesmo e as coisas da vida.

Rute: Por ai. Certamente tem uma base histórica em Adão em Eva, mas acho que o foco seriam as mensagens por trás que vemos nas pregações. É isso que ajuda na salvação, não história.

Marco: Acho que isso tá bem diferente da nossa visão mais cientifica de hoje

Rute: Nem tanto, o filme dos espartanos, por exemplo, tá cheio de coisas que não aconteceram na vida real, mas ninguém diz que o diretor era burro por isso, haha.

Marco: Pois é, embora muita gente deve pensar que foi tudo daquele jeito lá.

Rute: Certeza.

Marco: Mas eu vejo um problema ai: a fé cristã não depende da crucificação e ressureição do Senhor Jesus? "Se Cristo não ressucitou, é inútil a nossa fé"

Rute: Isso é certeza. Graças a fé no nosso Salvador e seu sacrifício estamos justificados perante o Pai.

Marco: Mas alguém não poderia dizer o mesmo  em relação ao Evangelho? Dizer que tudo é uma metáfora?

Rute: Ai acho que não, seria errar o gênero literário. Biografias como as de hoje ainda não existiam mas os apóstolos claramente tratavam como um evento que eles viram.  

Marco: Sim, as biografias romanas eram mais focadas em mostrar o caráter da pessoa e os Evangelhos parecem ser inspirados nelas, mas ainda acho estranho você querer tirar algumas coisas da Bíblia da história. 

Rute: Bom, você acha que o Pai montou num querubim e voou pra salvar um dos salmistas? Acha que uma besta de 7 cabeças realmente vai aparecer?

Marco: Ahhh, sim. Assim como não levamos como literal os livros poéticos ou proféticos os outros também podem ter partes não literais?

Rute: Isso.

Marco: Mas e se falarem que os milagres são metáforas? Vários pensam assim.

Rute: Mas  não podem fazer isso com um milagre em especial: a ressureição do Senhor. Só precisamos desse.

Marco: Mas como provar ela se a Bíblia não é totalmente histórica? Podem chamar a evidência de metáfora. Já é comum fazerem isso com pontos difíceis como a ressureição de santos em Mateus.

Rute: É um ponto difícil mesmo.  Mas dá pra fazer uma separação entre o que é história e o que talvez não seja. Toda biografia antiga tinha várias coisas mais para mostrar o caráter, mas os historiadores conseguem separar os fatos e montar a história dos reis e famosos antigos.

Marco: Mas eu já vi historiadores dizerem que Ele nunca existiu. Eles podem simplesmente dizer que tudo é metáfora.

Rute: Isso era popular no Século XIX, mas ninguém leva isso a sério entre os especialistas internacionais hoje. Na verdade, Jesus é bem aceito como pregador e operador de milagres por eles, mesmo que esses milagres sejam vistos como farsa.

Marco: Mas eles podem dizer então que ele era só mais um judeu com boas palavras. É comum dizerem que a igreja inventou tudo com Constantino ou coisa assim.

Rute: Isso sempre é estranho, já que os Padres da Igreja já tinham uma teologia muito boa bem antes do romano nascer. Até mesmo nos livros do Novo Testamento dá pra ver as doutrinas sobrenaturais importantes.

Marco:  Isso é verdade, embora ler esses católicos seja perigoso. Mas ainda me pergunto como você faria pra estabelecer que o Senhor era mais que um pregador azarado se você não lê tudo na Bíblia como verdade.

Rute: Bom, a maioria dos historiadores gringos aceita que Ele pregava, que ele foi cruxificado, que sua tumba foi achada vazia por seguidoras, que os discípulos tiveram visões Dele e que os apóstolos começaram a acreditar na ressureição, mesmo que essa crença toda seja bizarra para um judeu.

Marco: Isso dos judeus é verdade mesmo, a ressureição judaica só ocorre no final dos tempos.

Rute: É, um judeu comum provavelmente acharia que Jesus foi levado aos céus como Enoque e Elias.  Eles começarem a pregar a ressureição é algo bem fora do Judaísmo.

Marco: Verdade, mas a ressureição só poderia ser aceita então se você acreditasse em Deus  e na existência da alma. Sem isso, essa opção nem pode ser considerada.  Como isso não pode ser provado, não tem como provar a ressureição.

Rute: Mas é claro que é possível! Não é dito por Paulo em Romanos 1 que o Pai é claramente visto se você olhar o mundo a nossa volta?

Marco: É verdade, mas "o tolo diz no seu coração: não há Deus". Então não se pode convencer quem recusa acreditar.

Rute: Mesmo assim, se isso tudo for ao menos provável, a ressureição pode ser estabelecida por um argumento abdutivo. Nenhum argumento bom contra Deus ou a alma existe, então o descrente não pode desconsiderar essa opção de cara.

Marco: Para eles, os argumentos são bons, hehe. Mas diz ai: você então não acredita nas narrativas do Antigo Testamento?  

Rute: Eu nem sei direito. Quando eu pego uma dificuldade dessas eu penso: "Isso quer dizer que Deus não existe ou que o Senhor não ressucitou?" E percebo que a fé resiste a essas dúvidas. Apesar de ser difícil as vezes, você sente que o Espirito está com você.

Marco: Isso é verdade. É complicado as vezes ter fé, mas o Santo Espirito nos segura na Verdade. E você sabe o que dizem? Se as coisas estão fáceis, só pode ser mal sinal.

Rute: Como assim?

Marco: Se não tem tentação é porque o Inimigo acha que você vai se destruir sozinha, haha.

Rute: Tomara que a tentação não acabe então, hehehe.

Marco: Hahaha. Tomara mesmo.






quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Godofredo

Ricardo:  Cientificamente falando, é quase certeza que o universo não é eterno. A teoria do Big Bang e a segunda lei da termodinâmica refutam essa ideia.

Chris: Isso. Eu tava assistindo um documentário sobre o assunto e defendiam essa ideia mesmo, de que o universo teve um início. 

Ricardo: São poucos hoje que defendem o contrário. A cosmologia atual sugere isso pra caramba.

Godofredo: O negócio é que a evidência cientifica é falseável, então talvez tudo isso possa estar errado.

Ricardo: É verdade, mas não tem motivo pra desconfiar das teorias hoje. Elas funcionam.

William: Além disso, a evidência cientifica não seria tudo pra defender esse ponto de vista. Acho que filosoficamente isso pode ser provado também.  

Chris: Geralmente  eu não ia ligar pra isso, mas fiquei interessada. Aquela conversa de vocês sobre filosofia foi legal.

Ricardo: Eu estava num dia ruim...

William: Claro, hehehe.

Godofredo: Um motivo que me veio na cabeça uma vez é esse: antes de hoje teve o ontem e antes do ontem teve outro dia. Se o universo não teve um começo, então antes de qualquer dia começar teria que ter um outro dia, eternamente.

William: Isso. Então nunca teria o hoje, já que o ontem apareceria antes e antes dele um dia teria que aparecer, sem parar. De forma que antes de hoje teria que se ter um número infinito de dias.  

Chris: Que doido, haha.

William: Outro problema é que o número de dias seria infinito, o que também não daria certo, já que o infinito mesmo não existe.

Ricardo: Mas o número de números não é infinito?

Godofredo: Potencialmente ele é. Mas o infinito mesmo gera contradições. Tipo, se você fizesse infinitas camas e chegasse um número infinito de pessoas pra dormir nelas, ainda sobraria espaço pro dobro de pessoas, já que as camas são infinitas. Isso seria bizonho, hahaha.

William: Você podia botar um número infinito de pessoas nas camas que o número de camas vazias ia continuar igual...

Chris: Isso seria estranho...

Ricardo: Seria impossível. Mas é legal ver então que um conhecimento confirma o outro.

Godofredo: Isso levanta uma questão: Por qual motivo existe algo e não o nada? Se o universo começou,  o que o fez nascer dessa forma e não de outra?

Ricardo: E pra que o universo precisaria de algo mais?

Godofredo:  Se o universo começou, então a existência dele não é necessária, já que ele podia ter começado em outra hora ou de outro jeito. O que não é necessário precisa de outra coisa pra começar a existir.

Chris: Então você acha que o universo precisa de uma explicação pro motivo dele existir do jeito que é?

Godofredo: Dele existir em geral. Como ele começou, tem que ter um motivo pra ele existir. O universo existir dessa forma também é estranho.

Chris: Então você acha que o universo não é necessário? Por isso ele precisa de uma causa?

Godofredo: Isso. O que podia existir de outro jeito ou não existir não é necessário. E só o que é necessário é explicado pela sua própria natureza. 

Ricardo: Como assim?

Godofredo: Bom, tudo que existe tem uma explicação, seja pela sua própria natureza ou por outra coisa. O universo é  do segundo tipo, então precisa de algo mais pra explicar como o universo existe dessa forma ou sequer existe.

Ricardo: Talvez essa configuração  do universo seja necessária. Não tem como saber.

Chris: Deve ser isso mesmo.

William: Mas o universo começou. Se essa configuração fosse necessária então ela devia existir sempre. 

Godofredo: Fora que o universo poderia ser diferente. Se ele tem essa forma e não outra, precisa de um motivo.

Ricardo:  E o que explica essa explicação? 

William: Ela precisa ser necessária, já que se não fosse então ela ia precisar de outra coisa pra existir. 

Chris: Algo necessário seria tipo dois mais dois é igual a quatro? Acho que isso se explica sozinho se você parar pra pensar.

William: Algo assim, acho. Não tem como essa conta ser diferente ou deixar de ser verdade, então é algo necessário.

Chris: Isso faz sentido...

Godofredo: Isso. Então  a causa do universo seria algo eterno e necessário. Teria que ser imaterial também, já que explica a matéria.

William: Teria que ser fora do tempo também, já que o tempo nasceu junto com o universo.

Chris: Teria que ser algo beeem forte também pra poder criar tudo.

Ricardo: Vai ver não tem explicação.  Talvez o universo exista sem motivo.

Godofredo: Mas tudo que não é  necessário precisa de uma explicação de fora. Não tem exceção. 

Ricardo: O fato das coisas do mundo terem uma explicação não  significa que ele tem. É  como dizer que o meu carro é  de borracha pois um pedaço  dele é. 

Godofredo: Mas um muro feito de tijolos azuis é  azul. Será que existência  é  como o exemplo do carro ou como esse do tijolo?

William: Bom, uma peça de lego é  necessária?

Chris: Não, né.

William: Eu ir juntando peças ia gerar algo necessário eventualmente?

Chris: Não. Ia continuar sem existir necessariamente.

William: Nesse caso, o universo também  não é necessário.

Ricardo: Mas ainda acho que pode simplesmente não  ter causa.

Godofredo: Que desespero estranho da tua parte, hehe. Isso acabaria com todo  conhecimento científico.

Ricardo: De que forma?

Chris: Acho que é  que ai as coisas poderiam não  ter explicação, sendo que a ciência busca justamente isso.

Godofredo: Isso! Se algo pode não  ter explicação, talvez os efeitos que acham que a gravidade causa não tem explicação  real e a gravidade não existe. Vai ver os fósseis de dinossauro também existem sem motivo e os grandões nunca existiram...

Ricardo: Realmente, se algo torna a ciência  tão pouco confiável, então deve ser uma questão de probabilidade. No geral deve tudo seguir uma ordem e só  não ter explicação  em casos  como o universo.

Chris: Como teria probabilidade  se é  algo sem explicação? Probabilidade  precisa de ordem. Não  só  a ciência estaria perdida, mas não  existiria ordem nas nossas mentes.

Ricardo: Como assim? Nossas mentes estão sem problemas.

Godofredo: Acho que ela tá  dizendo que suas ideias podiam aparecer sem motivo. Então, se não bastava não ter ciência, nem seus pensamentos iam ser confiáveis.

Chris: Por aí. O universo e as nossas mentes tem ordem, então não pode existir essas coisas sem explicação.

William: Acho que está provado mesmo, já que a ordem é real. Então o universo tem uma causa.

Ricardo: Talvez seja o multiverso então. É  claro! Tinha me esquecido.

William: Já pensei nessa ideia, mas ela me assusta. Não seria possível que exista um universo onde só  tem um cérebro que pensa que vê um mundo real?

Ricardo: Seria. Deve ter infinitos universos assim.

William: E como você sabe que não é  um cérebro assim?

Chris: Nossa! Pior que é mesmo. Não ia dar pra saber. Que medo...

William: Não ia ter como garantir que o mundo que você vê é real se o multiverso existe. Isso me assusta.

Ricardo: Preocupa mesmo. Mas é  a melhor explicação, então é o jeito.

Godofredo: Será que é mesmo? Mas como esse multiverso seria?

Chris: Pode ser tipo nos quadrinhos da Marvel e da DC, onde todos os universos existem ao mesmo tempo.

Ricardo: Isso seria bom, já que ai não ia precisar de um motivo pra esse universo existir dessa forma que ele é e não outra. 

Godofredo: Como assim?

Ricardo: Se você chega em casa e tem um sorvete de morango, precisa de um motivo pra ele ser de morango e não de maracujá. Mas se todos os sabores estão lá, essa dificuldade some, hehehe.

Chris: Não fala disso não! Que vontade de ter um sorvete agora...

Godofredo: Deu fome mesmo, mas isso não resolve o problema, já que você ainda precisa de um motivo pra ter todos os sorvetes e não três, ou nenhum. Na verdade, como cada universo precisa de uma explicação, você só piorou o problema!

Ricardo: É verdade, haha. Fazer o que. 

William: Outro problema é que a causa do multiverso é eterna. Se ela gera os universos, eles deveriam ser eternos, o que não é o caso.

Chris: Como assim? 

William: Pensa no fogo. Sempre que o fogo existe ele gera calor, pois ele não pode escolher gerar calor ou não. Se a causa do multiverso é eterna e não pode escolher gerar os universos, então eles são eternos, já que ela  sempre vai causar eles.

Chris: Nesse caso, ou ela escolheu gerar os multiversos ou esse multiverso não existe. Putz! Achei que tinha acertado.

Godofredo: Acontece.

Ricardo: Talvez então  o multiverso seja assim: existe um universo de cada vez e um novo universo surge após o fim de outro, infinitamente. Tem algo assim nas religiões da Índia  e em algumas hipóteses científicas. Assim não precisaria ter um começo pra existência, mas também nenhum universo teria existido infinitamente.

Chris: Mas isso não cai naquele problema do infinito? Se o número de universos é infinito e cada um deles nasce depois de outro, então antes de um universo existir vem outro, e antes desse vem outro, e antes desse vem outro, e antes desse vem outro, eternamente.

Ricardo: Então nenhum universo poderia nascer, já que infinitos universos precisariam vir antes. Faz sentido. Talvez o número deles seja finito então.

William: Se for o caso, o que explica a ordem deles? Algum  motivo tem que existir pro primeiro ser X e não Y.  Cada universo que vem depois exigiria um motivo pra ter sido escolhido.

Godofredo: Pior que probabilidade nem seria algo utilizável nesse caso. Como não existe matéria antes do universo surgir, então a seleção de universos nem teria base. 

Ricardo: É, não consigo pensar em nenhum processo que aleatoriamente selecione os universos. Não dá pra matéria fazer isso, já que a configuração dos quarks é justamente o que tem que ser explicado.

William: Então o multiverso pode ser real que o problema continua. Algo fora do universo ou multiverso tem que selecionar o que existe. 

Godofredo: Isso só pode significar uma coisa: a explicação pra esse universo ou multiverso existir e não outro só pode ter a capacidade de escolher. Já que assim ela seria capaz de escolher o que vai existir.

Ricardo: E pra que a explicação escolheu esse universo e não outro?

Godofredo: Pergunta pra ela, ué, haha.

William: Nesse caso, o que causou o universo tem que ser algo eterno, necessário, muito poderoso, imaterial, fora do tempo e pensante. Isso me parece familiar...

Ricardo: Me parece algo familiar também.  deve ter algum erro então ai.

William: Não acho que tem erro nenhum aqui. Você não pode dizer outra vez que o raciocínio tá errado por não gostar Dele! 

Godofredo: "Dele" quem? Não vi o debate de vocês.

Chris: Só digamos que esse ultimo debate me fez refletir bastante, e esse vai te fazer também quando tu pensar melhor nisso tudo.

Godofredo: Entendo...

William: Me deu fome essa conversa e o Ricardo me deu vontade de comer sorvete. Bora comprar um?

Godofredo: Bora!

Chris: Que tal de maracuja? Tem uns baratos ali na esquina.

Ricardo: E o que explica você querer esse sorvete?

Chris: É bom, hehe. 


Iluminação

 Não quer luz quem dorme. Iluminado, ruim é o despertar. Grogue, não entende ao escutar, A luz não leva a enxergar, Os olhos ela só faz irri...